Dor de cabeça, também chamada de cefaleia, é a queixa mais comum nos pronto-socorros do Brasil. A Sociedade Internacional de Cefaléia reconhece mais de 150 tipos de dor de cabeça. Ela pode aparecer associada a outros sintomas, em diversas condições médicas, como no resfriado comum, na dengue, na sinusite, na presença de tumores intracranianos, e etc. Em outros casos, ela aparece como principal sintoma, na ausência de outras doenças, sendo chamadas de cefaleias primárias. As principais cefaleias primárias serão abordadas aqui em tópicos individuais. São elas: enxaqueca, cefaléia tensional, cefaleia trigêmino-autonômicas e outras.
Embora a grande maioria das dores de cabeça sejam primárias, a gravidade de algumas das doenças que causam cefaléia secundária justifica a preocupação de pacientes e médicos neurologistas. Por isso, existem algumas características, que quando presentes, devem levar o paciente a procurar um neurologista:
- Dor de início súbito, especialmente se atingir intensidade máxima em segundos a minutos e vier acompanhada de convulsão, perda de consciência
- Dor de cabeça associada a algum déficit neurológico novo (fraqueza de um lado do corpo, dormência, dificuldade para falar, etc)
- Dor de cabeça iniciada acima dos 50 anos
- Dor após história recente de queda ou outras formas de traumatismo craniano
- Dor nova ou com mudança das características, com piora progressiva da intensidade, que piora ao deitar ou ao fazer esforço abdominal (ex: ao tossir, evacuar ou espirrar), que pode acordar o paciente à noite
- Dor de cabeça associada a febre e rigidez de nuca
- Dor de cabeça em pacientes com história oncológica (câncer) ou AIDS
- Dor de cabeça frequente, mesmo que já diagnosticada como primária, em paciente em abuso de analgésicos (uso excessivo de analgésicos nos últimos 3 meses)